M. Shadows fala para Loudwire Nights sobre videogame, tour e muito mais

O álbum “Hail to the King”, do Avenged Sevenfold, tem feito um bem incrível para a banda, mas o foco atual do grupo é o lançamento do videogame Hail to the King: Deathbat. O vocalista, M. Shadows, que ficou e muito envolvido com a criação do jogo, conversou com a co-anfitriã do “Loudwire Nights”, Full Metal Jackie, sobre o jogo e os planos da banda. Leia a tradução da entrevista abaixo.

 

(FOTO: Divulgação/Hail to the King: Death Bat)
Imagem extraída do videogame da banda (FOTO: Divulgação/Hail to the King: Deathbat)

 

O que faz uma banda de metal como o Avenged Sevenfold ser perfeita para tornar-se personagem de um videogame?
[risos] Essa é uma questão que eu realmente não havia pensado sobre, mas tenho que dizer que a imagem do Avenged Sevenfold e como abordamos nosso trabalho artístico, nosso humor em nossas músicas, é perfeito para um videogame. Os personagens são – nós temos muitas artes onde nós fizemos a cabeça do personagem sendo decapitada ou as cabeças dos integrantes da banda sendo decapitadas onde nós todos somos morcegos mortos, nosso próprio personalizado. Um monte de imagens que funcionam bem em um videogame. Em termos de Avenged Sevenfold, eu acho que somos candidatos perfeitos para um videogame.

 

A música em ‘Hail to the King: Deathbat’ é totalmente ligada ao jogo, especialmente criada para isso. Criativamente, qual é a maior diferença entre escrever música para um álbum e criar uma música para um videogame?
A grande diferença é que não há letras. Quando você pensa em rock’n’roll e metal, muita coisa é baseada no riff. Se você pode cantar em cima do riff, e o que os arranjos vão ser, você precisa deixar espaço para o que a maioria das pessoas considera como essencial, que é o vocalista. O que ele está dizendo? Qual é o espaço para o vocalista? Como tudo funciona ao redor do que o cantor está dizendo? Em termos de fazer uma música para videogame, você realmente – é mais musical. Então você está sentado e pensando, “OK, bem, esta guitarra ou essa linha de chumbo serão o ponto focal onde todo mundo precisa ouvir quando você está jogando.” Você precisa lembrar da melodia da guitarra ou do sintetizador, ou qualquer outra coisa, ao oposto de um vocalista. Então, a direção e vibe global é muito mais musicalmente voltada. Eu diria que, para nós, tentarmos conseguir boas vibrações sem algo vocal é um desafio total por si só.

 

Alguns videogames são atualmente episódicos. ‘Madden NFL’ está em sua 15ª versão. É possível que ‘Hail to the King: Deathbat’ e seus personagens iniciem uma franquia de jogos?
Isso seria inteiramente pelos fãs. Eu tenho a sensação de que este jogo vai se tornar um tipo de culto. Se ele crescer (e passar desse público) então acho que adoraríamos fazer mais. Nós adoraríamos fazer mais de qualquer maneira. Eu acho que fazer um segundo, independente da reação que surgir, é uma das cartas. Se um segundo sair e todo mundo amar o jogo então não teremos nenhum motivo para não fazer (a franquia).
Considerando o quanto eu gostei de fazer isso, o quanto a banda gostou de fazer a música e simplesmente ter feito parte do processo. Nós vamos fazer até que não nos faça mais feliz. Neste momento, nós temos este ciclo de sair em turnê por um ou dois anos, cada vez. Então ficamos malucos pelas turnês e por escrever um novo álbum que acabamos gravando e quando percebemos só queremos sair do estúdio e viajar novamente. Não há nenhuma razão pela qual não possamos voltar a criar jogos dentro dessa mistura, pois nós gostamos de trabalhar e nós gostamos de sermos criativos dessa forma.

 

Avenged Sevenfold em estúdio, em 2013 (FOTO: Reprodução/Instagram/Rafa Alcantara)
Avenged Sevenfold em estúdio, em 2013 (FOTO: Reprodução/Instagram/Rafa Alcantara)

 

Agora que o game está saindo, quando a banda irá virar coletivamente a sua atenção para novas músicas, o próximo álbum e a próxima turnê?
Existem vários lugares em que nunca estivemos com a turnê mundial de ‘Hail to the King’ e nós vamos cuidar desses locais primeiro. Agora mesmo estamos em um modo de recalibração onde estamos jogando nossas ideias e ficando animados novamente, mas ainda não há nenhum consenso de tentar escrever um álbum simplesmente para escrever um álbum. Não há nenhum ponto para começarmos cedo, só porque você se animou rapidamente.

Para nós, o que nós queremos fazer é começarmos de um ponto onde não possamos aguentar mais e precisamos escrever um disco apenas para lançá-lo. Nós começamos a sair com nossas famílias e ficarmos em casa, fazendo coisas que temos vontade de fazer. O próximo álbum e o futuro do que está para acontecer é ainda muito infantil, eu realmente não tenho ideia. Mas eu sei que é que essa vontade vai surgir novamente, o que eu sei que vai, porque já está começando. Nós gostamos de esperar até o momento onde nós temos que chegar lá e sentarmos para escrever o álbum porque nós estamos apenas construindo.

 

Em declaração recente, Gene Simmons (Kiss) disse que o rock está realmente morto, o que gerou uma série de reações apaixonadas de outros músicos. Qual a sua opinião sobre essa declaração? Especialmente desde que sua banda está na vanguarda de manter o heavy metal vivo.
Citações como essa são apenas uma isca para as pessoas. Pessoas que estão em bandas só querem tocar música pelo amor que a música vai produzir, independente do que a frase dele quer dizer. Eu li essa citação e eu acho que ela foi tirada de seu contexto. Eu entendo o que ele está dizendo, mas o rock nunca vai morrer. Nós todos sabemos disso. O que não significa que está na vanguarda de todo entretenimento e música agora, o que obviamente não é. Mas eu entendo o que ele está dizendo e eu entendo que todo mundo e suas respostas a ele. Para mim é só mais um drama online e eu poderia me importar menos.

 

Billy (amigo) ,M. Shadows e Jimmy, adolescentes em um típico Halloween (FOTO: Arquivo Pessoal)
Billy (amigo), M. Shadows e Jimmy, adolescentes em um típico Halloween (FOTO: Arquivo Pessoal)

 

Vocês cresceram gostando de bandas clássicas como Guns N’ Roses, Maiden, Metallica. O que é mais surreal sobre a percepção de que você e sua banda estão inspirando crianças a se expressarem musicalmente também, assim como suas bandas favoritas fizeram?
É uma sensação boa, porque não há nada como pegar sua guitarra ou sua bateria e sentar e criar músicas com seus amigos pela primeira vez. Você nunca vai conseguir substituir isso. Eu posso me sentar lá e dizer que amo andar pelo palco e tocar músicas com meu melhor amigo, o que eu ainda tenho que fazer. Mas nada é igual aos primeiros dias quando você tinha aquela garagem e pela primeira vez o cabo de energia parecia sintonizado. Você olhava para o Jimmy tocando bateria, Zacky estava lá e nós estávamos fazendo música pela primeira vez, aprendendo nosso caminho ao redor dos instrumentos. Não há nada como isso.

Eu acho que se conseguimos inspirar crianças a fazer isso, a pegar seus instrumentos e melhorarem a si próprios e ajudá-los a serem bons em algo; seja tocando violão ou piano ou bateria e sendo bom em música, é algo muito legal porque faz você se sentir algo bom sobre si mesmo. É uma coisa saudável. Praticar muito e se tornar realizado com algo. Se podemos inspirar uma criança a pegar um violão e cada vez menos crianças fazem isso, eu acredito que seja muito bom porque eu sei como me sentia crescendo e o quanto isso era especial para mim.

 

Quando você descobre a música pela primeira vez, torna-se uma presença poderosa na sua vida. É pura paixão. Mas, uma vez que se começa uma carreira, há um perigo real de que sua paixão pela música possa mudar. Como você se certifica de que sua música nunca perde a mística que capturou você pela primeira vez?
Nós fazemos várias coisas que podem irritar as pessoas e a nossa base de fãs. Nós tentamos não ficar sobrecarregados com isso. Para nós, o que significa que não fazemos mídia social – nós temos mídias sociais para o Avenged Sevenfold, mas nenhum dos membros tem Facebook ou qualquer tipo de Twitter. Não é porque nós não queremos estar cercado de fãs, mas há uma constante perseguição sobre é o seu trabalho, é o que você faz, é por isso que você é conhecido, falam conosco todo dia sobre música. Ficamos longe da música e começamos a falar e fazer coisas como antes. Eu não tenho interesse nisso.

Pelo que fazemos, nós damos um tempo, nos recalibramos. Pessoas vão surfar, eu gosto de golfe. Nós gostamos de fazer outras coisas, basta ficar longe disso. Nós não imergimos completamente nossa vida nisso para que as coisas que não são importantes se tornem importantes para nós. Nós tentamos manter – quando gravamos um álbum, quando entramos juntos em estúdio, nós temos bons momentos e nós tentamos escrever as melhores músicas que podemos fazer sem qualquer influência externa. Quer seja o que os fãs querem ou o que a gravadora quer, isso ou aquilo. É essa a maneira pela qual você mantém isso fresco, porque, tão logo, você fique entediado ou insatisfeito com o que está fazendo, ou o que você pôs em um álbum, ou quando vai para turnês quando não queria ir… É isso que acontece quando vira um trabalho. Nossa missão desde o primeiro dia foi ter certeza de que nunca se tornaria um trabalho. Nós nos mantemos sãos antes de tentar agradar a qualquer pessoa.