Entrevista do Shadows para Ultimate Guitar

Entrevista realizada por Steven Rosen, publicada no dia 13 de maio de 2011.

Ser vocalista de uma banda de sucesso tem suas vantagens. M. Shadows é um jogador maníaco e quando teve a chance de passar um tempo com Treyarch, empresa que produz os jogos Call of Duty: Black Ops, pulou nisso. Ele foi apresentado a Treyarch como um fã, e recentemente o Avenged Sevenfold cimentou essa relação escrevendo uma música para a série Zombie. “Not Ready to Die” foi escrita especificamente para um novo mapa e de acordo com o Shadows “Bem mais trilha sonora que uma típica música do Avenged Sevenfold.” Se você puder encontrar a música no jogo – motivada por uma voz de mulher dizendo “Soa como música para matar zumbis” – a introdução da música aumenta ao fundo, e acompanhado do Avenged Sevenfold, você pode destruir, pulverizar, e limpar o mundo dos mortos vivos.

M. Shadows está muito orgulhoso da nova faixa e recentemente tirou um tempo para falar sobre isso. Shadows e seus companheiros de banda também varreram o vigésimo-primeiro Revolver Golden God Awards levando para casa quatro troféus de Melhor Álbum, Melhor Vocalista, Melhor Baterista, e Melhores Guitarristas. Falamos com o cantor sobre os prêmios e o que significou ter sido reconhecido por parceiros, e como está a vida com o novo baterista Arin Ilejay.

UG: O Avenged Sevenfold tem uma música inédita para o novo jogo Call of the Dead: Black Ops Zombies?

M. Shadows: Nós gravamos uma música nova que sai dia 3 de maio e é chamada “Not Ready to Die”. Ninguém a ouviu ainda e nós escrevemos especificamente para isso. A canção é um novo segmento no mapa, se você encontrá-lo, você joga para aquela música. Então você vai estar matando zumbis enquanto escuta a música. O que nós trabalhamos na música, “Not Ready To Die” é assustador. Você chega lá e tem todos esses zumbis que estão tentando te matar e é na verdade aterrorizante se você estiver jogando sozinho à noite, é um jogo assustador. Eu amo isso; Acho que é divertido e ótimo.

Pode descrever um pouco a música?

É uma mistura do que nós crescemos ouvindo quando nós estávamos jogando games, com Transylvania-ish/devil-is encontra Avenged Sevenfold. Escrevemos isso mais como uma contagem de uma história, mas sentimos que nossas crianças e nossos fãs – não quero chamar de tipos porque eles não são todos crianças -vão aproveitar assim que estiverem aptos a trabalhar no jogo.

Você pode falar um pouco sobre como começou a se envolver com a Activision?

Meu relacionamento com a Activision vai além de fazer tipos de coisa como o Guitar Hero. Mas acho que essa coisa toda com Call of Duty começou com um relacionamento que tive com Treyarch; a companhia que faz Call of Duty e Black Ops séries. Então, sim, eu era um grande fã da franquia, e então fui apresentado por umas duas pessoas diferentes. Eu era tão fã que mandei um e-mail para o presidente da Treyarch e ele disse: “Sure, c’mon on down.” Eu fui até lá e vi como tudo era feito e comecei a falar sobre, “Hey, talvez nós devêssemos fazer algo no futuro” e toda essa coisa.

A primeira música que fizeram para Call of Duty foi “Welcome to the Family.” Como isso aconteceu?

Nós estávamos caminhando com o nosso novo álbum e naquele ponto nós na verdade não tínhamos relacionamento com a Treyarch. Black Ops foi feito e estava saindo. Havia uma empresa chamada Machinima que é um dos maiores sites de jogos, onde eles fazem vídeos e o Top 5 Killcams da semana. E nós, na verdade, tínhamos um relacionamento com a Machinima que estavam fazendo a promoção de Black Ops, então foi como “Hey, porque nós não nos reunimos e fazemos um vídeo para nossa nova música. Ao mesmo tempo nós podemos promover Black Ops enquanto eles promovem nossa música porque ambos somos fãs do que ouvimos um do outro.”

Então você era mesmo um jogador?

Nós todos jogamos a série Modern Warfare, a série World at War, e depois íamos entrar em Black Ops. Nós não só entramos nisso, como também sabemos que muitos dos nossos fãs também. Então isso foi uma ótima maneira de apresentar a canção.

“Welcome to the Family” foi na verdade uma música perfeita para conectar-se ao Black Ops por causa do trecho “You can’t win this fight.” Tinha toda essa coisa de guerra e matança.

Totalmente. Tudo se ajustou. Foi bom para nós porque acabamos por não fazer um clipe para essa música. Então as pessoas meio que podem colocar duas coisas juntas e ainda ir naquele vídeo e naquela montagem assim como se fosse clipe da música, o que é legal.

Então “Not Ready to Die” é a primeira música com o seu novo baterista Arin Ilejay? E vocês também estão em turnê com o Arin por um tempo agora?

Ele é uma máquina trituradora, ele é incrível. Ele vem tocando otimamente todas as partes. Eu acho que uma coisa sobre essa música nova é que estamos realmente ansiosos para entrar em estúdio, ver como nós nos saímos com ele e o que ele traz a mesa tanto quanto a escrita. Isso foi uma ótima experiência para nós sermos capazes de fazer aquilo (“Not Ready to Die”)  sem ir para a próxima gravação completamente cegos.

Tem sido uma experiência de aprendizado para a banda?

É a primeira música que ele toca e ele vem arrebentado nos shows – ele é um cara muito legal. Ele é um dos caras mais legais do mundo, que é mais do que jamais poderíamos pedir, então estamos animados.

O que vocês estavam procurando em um baterista para substituir The Rev?

O que nós estávamos procurando era alguém que fosse jovem e desconhecido. Nós queríamos dar a alguém uma chance que não estava completamente esgotada; nós não queríamos que eles sentissem que isso era um trabalho. Nós queríamos que ele fosse um fã da banda, um fã de música, e querendo estar na estrada vendo isso como seu sonho, assim como todos nós. Uma coisa que nós não queríamos era um cara older session ou um cara que visse isso apenas como um show – porque isso não é um show, isso é como nossa vida. Isso é o que queremos fazer por um bom tempo. Então, basicamente, nós queríamos uma pessoa jovem e legal que pode obviamente ter habilidade para tocar tudo que já foi feito antes, mas também que esteja apto a ter seu próprio estilo. Vai levar anos para nossos fãs e para as pessoas entenderem o que o estilo do Arin é, e ainda estamos tentando descobrir por nós mesmo. Mas ele precisava ter seu próprio estilo, ser seu próprio baterista e ao mesmo tempo estar apto a tocar tudo que (Mike) Portnoy e The Rev fizeram. Até agora ele tem dois desses e precisamos trabalhar no seu estilo e no que ele pode trazer para a música.

Você ouviu o Arin tocar no Confide, que era a sua banda?

Não; eu não sabia quem ele era. Nós conversamos com o nosso produtor – Mike Elizondo – e ele falou com Mike Fasano, que era o técnico de bateria do Jimmy em estúdio, e nós dissemos: “Hey, vocês tem alguém que possam sugerir?” Os dois mandaram alguém e ambos eram ótimos, daí Arin veio e detonou. Aquela foi a primeira vez que eu ouvi algo sobre ele, o vi, o encontrei. Ele era super magro e pequeno e atacou a bateria como uma fera. E foi isso foi como: “Whoa.” Nós estávamos todos sorrindo como, “Wow, this kid’s got every chop down. Ele não só tocou tudo corretamente como também transcreveu tudo corretamente.” O que é bom para nós porque você tem que ter um ouvido – você tem que ser capaz de ouvir o que as pessoas estão fazendo. Ele tocou tudo que Portnoy e Jimmy estavam tocando. E nós estávamos como, “Wow.” Então nós tivemos mais umas duas sessões com ele, e ele estava no ajuste perfeito – ele realmente nos surpreendeu e nos impressionou.

Você deve ter ficado maravilhado por ter ganho o recente prêmio Revolver Golden God para melhor vocalista Rockstar Energy.

Foi incrível. Eu não sou um grande cara em premiações, mas eu estava lá com Bruce Dickinson e Corey Taylor e eu disse, “Vamos lá!” Sabemos que Bruce é uma puta lenda e Corey é ainda uma lenda-em-formação (risos) e isso é uma daquelas coisas que são muito lisonjeiras. Se eu acho que sou o melhor vocalista?! Não, absolutamente não! Mais foi bom ter os fãs votando e eu estou muito grato por isso. Foi um momento muito bom – foi muito bom ganhar isso do Sebastian Bach porque aquele cara é para mim um dos melhores cantores de todos os tempos. E então, isso foi incrível. Foi realmente humilde e gratificante ao mesmo tempo.

Avenged Sevenfold participou com Vinnie Paul em “Mouth of War”. Como vocês se sentiram?

Oh, aquilo foi doentio – foi o ponto alto da minha noite. Provavelmente o ponto alto do meu ano. Fora do palco nós estávamos como, “Yeah, dude.” Fomos diretos para algumas doses e bebemos juntos a noite toda. Eu e Vinnie estávamos falando sobre isso e sobre Dime e The Rev. […]

Vocês também tocaram com Duff em “It’s so Easy.”

Isso foi incrível cara. Nós estávamos planejando fazer isso por um bom tempo e ele simplesmente não podia ter um ensaio ao mesmo tempo que nós podíamos. Nós acabamos por estar em uma turnê e ele tocando em um show em Los Angeles na noite antes do Revolver Awards, então nós nunca ensaiamos. Nós apenas mantemos contato uns com os outros – “Tem certeza disso?” e Duff “Hey cara, eu sei como tocar isso; tudo vai ficar bem.” e nós “Eu sei que você sabe como tocar só queríamos ter certeza.” Nós não podemos simplesmente aparecer na TV, tocar uma música pela primeira vez e pensar que tudo vai ficar bem. E ficou. Foi incrível; nós tocamos realmente muito bem, tudo se encaixou, funcionou, e tivemos um ótimo momento. Mas eu estava definitivamente com muito medo da apresentação mais do que qualquer outra coisa naquela noite.

Guns foi uma influência para o Avenged?

Ah, sim; foi a minha banda favorita enquanto crescia. E provavelmente continua sendo – tem algumas bandas que eu comecei a gostar há alguns anos como Pink Floyd e alguns dos clássicos. Mas Use Your Illusion I e II são os meus álbuns favoritos de todos os tempos.

Você teve alguma conexão com o Chinese Democracy?

Tem ótimas canções e Axl é um ótimo cantor; ele é incrível. É duro porque por muitas vezes você tem aquele tipo de conexão com o que a banda te oferece. Você sabe o que a banda é. E há tanto drama em volta disso. Eu conheci Bumblefoot e outros dos caras naquela banda e eles são ótimos caras e músicos – é simplesmente difícil tocar na sombra do que o Guns N’ Roses era. E acho que isso meio que te afasta quando você está ouvindo um álbum e o sobre o que isto é. O que fez o Dark Side of the Moon tão incrível é um pouco da mística, da onde isso veio e simplesmente a autenticidade disso. E é isso que é chato sobre o novo Guns N’ Roses – é realmente difícil colocar seu dedo nisso, mas não é a mesma coisa. Eu acho que para todos nós seria muito bom se eles pudessem apenas se juntar para fazer alguma coisa, mas isso provavelmente nunca vai acontecer.

Voltando a premiação, Mike Portnoy ganhou o prêmio de melhor baterista Drum Workshop, que foi apresentado por Vinnie Paul. Vocês ainda estão bem com Mike?

Sim, nós estamos – isso apenas ficou um pouco fora de alcance enquanto ele estava conosco. A maneira como ele dirige seu acampamento é um pouco diferente de como nós dirigimos o nosso. Isso não poderia co-existir daquela maneira e eu estou muito feliz por ele – estou feliz em vários aspectos. The Rev escreveu suas partes, Mike as elaborou, e o álbum saiu muito bem. Para mim aquilo foi um sucesso. Mike nos ajudou em um momento que precisávamos, e ele permaneceu com o que o Jimmy realmente tinha deixado. Nós estávamos muito agradecidos. Porque ele poderia ter chegado lá e “Não, não vou tocar aquilo – porque a gente não faz isso?” Mas ele fez exatamente o que o Jimmy havia escrito e o que nós queríamos que ele tivesse feito.

Avenged Ganhou quatro Revolver Awards – mais que qualquer outro.

Foi legal que nós tivemos que ir lá e basicamente varrer aqueles prêmios – isso foi realmente incrível. E eu tenho certeza que Mike apreciou isso também. Eu não falei com ele no final das contas mas sei que Zack falou e eles trocaram palavras (agradáveis). Então foi bom ver que ele ganhou aquele prêmio.

Synyster e Zacky ganharam o prêmio de melhores guitarristas Epiphone – deve ser ótimo tocar com dois talentosos guitarristas como eles.

Sim, eles são incríveis, e especialmente o conhecimento do Brian sobre música e as coisas que ele chega para tocar; é realmente incrível. E Zacky é simplesmente uma matéria-prima – ele tem essa pegada e me lembra o jovem James Hetfield onde é orientado ritmicamente, mas é muito sólido, é excelente. É ótimo poder tocar com eles sabendo que eu posso cantar qualquer coisa e eles vão conseguir tocar. Sabe o que quero dizer? Como eu posso dizer, “Hey, você pode tocar mais rápido nessa parte ou fazer aquilo?” e Brian apenas o faz. A maioria das pessoas não poderia lidar com isso e acho que tenho muita sorte de poder escrever músicas com esses caras.

Seu quarto prêmio da noite foi o Affliction Album of the Year com Nightmare. Mike Inez e Jerry Cantrell o apresentaram. Ganhar esse tipo de prêmio deve ter feito sentir muito capacitado após a perda do The Rev e ter passado por esse tipo de horror.

Ah, isso foi ótimo. Eles são nossos colegas e continuam sendo ídolos para nós […] Então é realmente ótimo poder estar lá e sair e tocar com os nossos ídolos, receber prêmios e tê-los nos reconhecendo de alguma maneira. Quando você está crescendo, poder estar no mesmo lugar que esses caras e conversar com eles é tudo o que você quer, e agora nós estamos recebendo prêmios, saindo e bebendo com uns dos nossos músicos favoritos. É realmente surreal e maravilhoso.

Comentários do M. Shadows após receber o prêmio:

“Todo mundo aqui sabe o quanto esse álbum foi difícil para nos para produzir depois de ter perdido nosso amigo, The Rev. Mas nós prezamos os fãs de Avenged Sevenfold por ter nos ajudado a voltar e fazer esse álbum sair.”

Nota: Traduções são coisas complicadas e tem de ser feitas meticulosamente até mesmo por quem tem inglês fluente. O cuidado no uso de palavras é extremo para que não haja alteração no sentido das orações; Em todas as traduções ocorrem mudanças de palavras e até mesmo ocultações ou acrescimos das mesmas para que seja de bom entendimento. Afinal, nenhuma expressão inglesa tem um significado exato em português.

Link de origem: Ultimate Guitar