Entrevista da Kerrang! com A7X – E sua espetacular ressurreição!

“NÓS ESTAMOS PRONTOS PARA FUDER COM ESSA MERDA.”

M. Shadows é capa da mais nova edição da Kerrang! Magazine, que tem uma grande característica do Avenged Sevenfold. Intitulada como “Avenged Sevenfold – Dentro da sua ressurreição espetacular!”

Depois dos 18 meses mais difíceis de suas vidas, Avenged Sevenfold está se preparando para seu maior show na Inglaterra no Download Festival. K! foi carregada com eles pelo Texas para descobrir como eles estão “explodindo de volta à vida…”

Duas faixas do tráfego rastejavam lentamente ao longo da Tom Landry Freeway, na sonolenta cidade de Grand Prairie, Texas. À direita, fileiras de rostos animados espreitavam por fora os enormes carros e SUV’s como forma de contornar a North Belt Line em direção à Verizon Theatre. À esquerda, escuridão, como as pessoas que chegaram cedo de sua jornada de volta para casa tendo apenas ouvido a notícia de que o show desta noite estava cancelado.

Isso foi criado para ser o show de encerramento do vigéssimo primeiro dia do Avenged Sevenfold na turnê Welcome to The Family, mas o vocalista M. Shadows teve um problema na garganta e mal conseguia falar, e muito menos cantar. Nem todos pareciam pessimistas, no entando. Do lado de fora da entrada da produção, na parte de trás do local, membros de apoio da banda Bullet For My Valentine estavam dando à turnê um bom bota-fora e tirando o máximo da sua noite livre.

Em uma cena semelhante ao infame documentário Heavy Metal Parking Lot, de 1986, eles são como o AC/DC, se embebedando como chefões. Dentro, porém, o clima era um pouco mais sombrio.

Para M. essa turnê está, literalmente, terminando numa choradeira. Sua voz tem sido reduzida a um pouco mais que suave, e sussurrante – corridas através de um set agitado não é uma opção. Existem teorias que fundamentam sua laringe cansada, também: o cantor suspeita que seu problema de garganta pode ser uma reação alérgica por jogar em Alamodome, Santo Antonio na noite passada, só um dia após o Proffessional Bull Riders (competição internacional de montaria em touros) estarem na cidade.

Em seus passos largos ao redor da área dos bastidores com seu aviador escuro, boné de baseball virado para trás e sua camisa do Motörhead, M. insiste que esta noite não valeu o risco. Os riscos – para uma banda com um asiosamente aguardado Download pronto para tocar – eram muito elevados.

“Eu estou chateado com isso,” admite. “Mas se eu for lá fora, me envergonharei e envergonharei a banda porque eu não posso me apresentar e então nós teriamos que cancelar a nossa turnê Européia, que seria um inferno bem pior.”

Dado tudo o que aconteceu com os metaleiros de Huntington Beach – completado pelos guitarristas Zacky Vengeance e Synyster Gates, e o baixista Johnny Christ – nos últimos 18 meses, um show cancelado não é exatamente o fim do mundo. Desde a morte de seu amigo e baterista de longa data, Jimmy “The Rev” Sullivan em 28 de Dezembro de 2009, os quatro restantes tiveram muito mais dificuldade de se contentar com as coisas. Uma dor de garganta deve ser um passeio no parque.

E com o sucesso posterior do quinto álbum, Nightmare, Avenged Sevenfold têm resistido ao pior da tempestade e voltado ao combate. Vejam como eles pegaram as peças, na véspera do seu retorno ao Reino Unido para o Download.

COMO AS COISAS TÊM SIDO AO LONGO DESSES ÚLTIMOS 18 MESES?

SYNYSTER: “O clima tem sido realmente bom. É diferente, obviamente, sem um dos nossos melhores amigos, mas todo mundo está realmente feliz agora. Nós nos sentimos como se tivéssemos de volta ao nosso caminho e nos orientado novamente.”

M.: “As coisas tem sido ótimas. Nós definitivamente temos notado um grande crescimento na nossa base de fãs. Este é provavelmente o maior que já tivemos e o mais humilhante. Eu também acho que nós estamos mais próximos do que antes porque nós percebemos o que perdemos. Quando você tem a nossa idade, você não pensa em perder alguém de repente, mas isso muda tudo.”

ZACKY: “Nós não assumimos nada como garantido. Eu nos fiz mais flexíveis. Nós sempre tivemos atitude como um “fuck you” e sempre fizemos coisas da nossa própria vontade. Mas acho que agora nós realmente estamos jogando com nossas próprias regras.”

JOHNNY: “Nós temos uma dívida com nossos fãs por terem sido tão companheiros. Quando nós decidimos continuar com a banda, nós não esperávamos nada disso, mas tudo se alastrou de uma forma exponencial. Tem sido muito gratificante, considerando o que tivemos de percorrer muito para chegar até aqui.”

ZACKY: “Há uma sensação geral de excitação, eu acho. É difícil de explicar, mas isso é se sentir revigorado. Sem drama. Isto é realmente simples: nós tocamos a música que nós amamos, para os fãs que amam nossa música. Eu vejo o que as outras bandas têm eu não tenho inveja de todos. Eu vejo o que nós temos e eu sei que é especial, eu sinto essa porra.”

O TEMPO TEM AJUDADO VOCÊS A LIDAREM COM A PASSAGEM DO JIMMY?

M.: “Ainda é muito difícil. O cara foi uma parte de nossas vidas, há constantes lembretes diários. É como um buraco que nunca vai encher. Nós perdemos algo integral que não está voltando, então nós estamos tentando lidar com isso de uma forma positiva: manter a música tocando, falar dele e rir dele o quanto for possível. É impressionante o que o tempo vai fazer pela sua perspectiva. Não tem um dia que passe sem eu pensar no Jimmy, mas agora nós estamos muito gratos ao tempo que tivemos com ele. Uma coisa estranha é que eu vejo cada um de nós adotarmos os maneirismos do Jimmy, então é quase como se ele ainda estivesse aqui. Ele ainda é uma grande parte disso.”

SYNYSTER: “Eu estava bem por um longo tempo, mas no dia que em nós vimos uma parte bruta do vídeo de So Far Away algumas semanas atrás, eu estava fudido. Nós estávamos todos chorando; todos de nossa equipe, família e amigos. Nunca me sentirei completo como era antes, mas nós ainda conseguimos estar na estrada com nossos melhores amigos.”

JOHNNY: “Mesmo embora eu tenha sido capaz de assistir ao vídeo apenas uma vez, eu estou realmente orgulhoso – é mais um passo em frente. Nós amamos esse cara e ele ainda é uma parte importante de nossas vidas, mas isso ainda é nosso dia-a-dia. Alguns dias eu rio, alguns dias eu choro. Mas nós nunca deixamos Jimmy ir. Ele é Avenged Sevenfold.”

QUANDO O EX-BATERISTA DO DREAM THEATER MIKE PORTNOY VEIO AJUDÁ-LOS A GRAVAR O NIGHTMARE E PREENCER OS SHOWS AO VIVO QUE SE SEGUIAM, ELE PARECIA UMA COMBINAÇÃO PERFEITA. VOCÊS PODEM EXPLICAR PORQUE MIKE NÃO ESTÁ MAIS NA BANDA?

ZACKY: “Eu amo essas pessoas que ainda estão se perguntando o que aconteceu. Eu quero que elas perguntem e isso é tudo o que ninguém nunca terá de mim sobre isso. Haviam inúmeras razões, e eu nunca irei falar sobre.”

JOHNNY: “A história simples é que ele veio, nos ajudou a terminar as gravações do Jimmy e tocou em alguns shows. Desde o primeiro dia, isso nunca ia ser ‘Avenged Sevenfold com Mike Portnoy’. Sinceramente, nós não estávamos indo em turnê até que ele gentilmente se ofereceu. Nós ainda não tínhamos pensado nisso. Lembro que conversamos sobre o teste dos bateristas e eu só explodindo de chorar com a idéia. Eu estava tão despreparado. Quando Mike ofereceu sua ajuda, ele foi o ideal. Mas o acordo sempre foi temporário. A situação do Dream Theater – qualquer que tenha sido a falha – foi coisa do Mike, nada a ver conosco. O que acontece, aconteceu.”

SYNYSTER: “Houve muitas razões para isso não ter dado certo. A maioria das quais nós não podemos e nem vamos discutir. O principal motivo, porém, foi que Mike não era o ajuste certo. Não ajudou que o Dream Theater estava planejando que ele voltasse, assim como nós. Mas ele pensou que ele poderia largar o Dream Theater do nada e que poderia mudar as coisas. Eu penso que ele foi um pouco antecipado (foi) e um pouco presunçoso, talvez. Eu queria que ele pudesse ter nos ajudado e então voltado como planejado, por isso é lamentável como as coisas aconteceram. Mas quando nós justamos nossos pensamentos e fomos realistas sobre isso, simplesmente não estava certo.”

ZACKY: “As forças do universo trabalharam contra ele, eu acho. Esse não foi o final mais romântico dos eventos, mas é o que é.”

COMO VOCÊS SE CONECTARAM COM O NOVO BATERISTA ARIN ILEJAY E COMO ELE SE ESTABELECEU?

ZACKY: “Nós fizemos um teste. Nós testamos três pessoas. Nós lhe demos duas músicas para tocar: uma suave e uma pesada, por que eu não estava interessado em ver alguém se exibindo. Arin veio sob recomendação do nosso técnico de bateria, Mike Fasano. Ele parecia muito tímido e pensei, ‘Eu não estou certo sobre esse garoto’.”

SYNYSTER: “Nossa primeira impressão foi, ‘Quem é esse estranho?’.”

ZACKY: “Sim, e você tem lembrar que nenhum de nós queria estar lá em primeiro lugar. Ensaiar bateristas parecia errado.”

SYNYSTER: “Nossos instintos estavam ressentidos com ele sem motivo imediato, com um ‘Foda-se esse cara’.”

ZACKY: “Então ele começou a tocar e a criança de transformou em um demônio. Ele jogou duro e acertou todas as notas perfeitamente. Eu realmente não me sentia assim desde que tocamos com Jimmy. De repente tivemos sorrisos em nossos rostos.”

M.: “Ele é um cara legal, um grande baterista e eu estou 100% satisfeito com ele, desde sua forma de tocar à sua atitude. Ele é um bom ajuste para a banda agora, e eu escolho essas palavras deliberadamente por que não tivemos a chance de compor algo com ele ainda. Agora, porém, ele pode tocar qualquer coisa que Jimmy ou Mike fez e ele está vivendo o sonho.”

QUAL FOI A SENSAÇÃO DO PRIMEIRO SHOW COM ARIN NA BATERIA?

M.: “Eu estava muito nervoso por ele. Eu tentei me colocar em seu lugar, mas cara, eu vi tudo o que conquistei a partir dos 20 anos em shows até arenas, enquanto ele foi direto ao topo. Eu não consigo imaginar alguém com 23 anos seguindo The Rev e Mike Portnoy ou tocando para multidões, mas ele conseguiu! Isto e um incentivo porque até mesmo para nós,  shows como o Download ou o Rock Am Ring ainda nos deixam um pouco nervosos. Estes grandes shows podem definir momentos no legado de uma banda e é bom saber se ele pode aguentar tudo isso.”

ZACKY: “Passar pelo que estamos passando seria difícil até para um baterista fixo. Então, para alguém que nunca esteve em turnês e em arenas antes, ele surpreendeu bastante.”

SYNYSTER: “Nos estávamos realmente indo bem neste ponto. Não havia muito espaço para erros. Nós tocamos alguns showsinhos no passado, então ver ele aguentando tudo com o mínimo de experiencia e ainda detonar, diz tudo.”

ZACKY: “Como tudo, isso ainda é um dia de cada vez, e se funciona com Arin isso é ótimo. Se não, dane-se, dariamos um jeito. O objetivo nunca foi encontrar o melhor baterista ou um “nome”. Eu não dou a minima pra isto. Eu prefiro usar alguém que ninguém tenha ouvido falar, alguém que seja um arregaço e não um babaca. Nós temos sorte em ter encontrado este garoto. Nós nos damos bem com ele e isso é muito bom.”

“Nós não podemos deixar a tragédia que nós tivemos GANHAR…” M. Shadows

VOCÊ ESTÃO ANIMADOS EM TOCAR O SEU MAIOR SHOW ATÉ AGORA NO REINO UNIDO? (DOWNLOAD Festival 2011)

ZACKY: “Nos estamos prontos para mandar ver, cara!”

M.: “Nos estamos prontos pra fazer uma declaração para o Reino Unido. Sera um demônio de jogo épico de merda acontecendo.”

JOHNNY: “Nos estamos trazendo isso, com certeza. É um grande negócio para nós e nós estamos tratando disso de alguma forma. Queremos quebrar as coisas um pouco desta vez. Ainda temos alguns trabalhos a fazer por lá.”

SYNYSTER: “Não vai ser alguma coisa pela primeira vez, mas não podemos divulgar muito mais do que isso. Tivemos um relacionamento muito romântico e tumultuado com o Reino Unido, mas os fãs sempre ficam presos à nós. Então isto e muito importante para nos voltarmos com algumas coisas legais e aumentar um dinheirinho extra. Alem disso, é uma honra estar tocando na elite.”

ZACKY: “O cheiro dos fãs do Reino Unido cheira a besteira a uma milha de distância. Nós passamos por anos, tocando shows de merda, despedimos um pessoal do som, que agiram como uns idiotas nas entrevistas, e mesmo assim ainda temos sobrevivido, enquanto grandes bandas no Reino Unido, parecem ter desaparecido da face da terra. Queremos provar de uma vez por todas que não somos nenhuma merda, como uma banda “cheeseball” (quer dizer tola/escrota). Queremos arrebentar com tudo e dar aqueles garotos o que eles merecem.”

O QUE VOCÊS ESPERAM QUE O FUTURO GUARDE PARA O A7X?

M.: “Eu sinto como se o nosso próximo passo deve ser alguma coisa que realmente supere o teste do tempo. Nos temos ótimas músicas (melodias) que nos ainda não escrevemos. E eu estou pronto para sair fora dessa zona de conforto. A próxima gravação ira determinar muita coisa Eu e Brian (Synyster) temos escrito juntos sempre, mas nos tínhamos o Jimmy para recorrer, então eu acho que isto vai ser um longo processo. Eu sei que ser algo como estar sob o microscópio. Estamos ansiosos para esse desafio. Poderíamos dizer “Bem, é isso”, ou nos podemos acelerar e ir para lá e etc. Eu sempre fui uma pessoa que pensa a frente. Não podemos apenas descansar sobre a tragédia que nos temos vivido e deixar que ela vença. Eu não quero que seja algo que nos cercam sempre. A muito mais la fora para nós. Devemos isso aos nossos fãs e ao Jimmy, para fazermos algo incrível.”

Fonte: A7X FANSDeathbat NewsSarah Taylor Sun do The Johnny Christ Appreciation Page

Agradecimentos pela tradução: Waneska Candido, Lucas Santos, Mariane Garcia, Petra Almeida e Fernando Albéniz.

Agradecimento pela edição: Paula Biazús e Petra Almeida.