Cobertura Avenged Sevenfold em São Paulo (20 de março)

Sobre o show

São Paulo, por Ana Falchi. Enganou-se quem achou que a segunda apresentação do Avenged Sevenfold em São Paulo não teria nada de novo. Como prometido, a banda surpreendeu os fãs – os novos e os das antigas.

“A expectativa na fila era grande, pois não sabíamos qual música eles iriam tocar”, diz Ingrid Bibe. Antes do início do show, foi a mesma coisa: canções tocando no local enquanto os fãs esperavam as cortinas se abrirem. 21h30 em ponto e Back In Black, do AC/DC, música de abertura registrada do A7X, começou a tocar e nos deu a garantia de algo que todos já sabíamos: depois dessa, o show começa! “Quando começou a tocar AC/DC, meu coração acelerou… eu já sabia o que estava por vir”, falou Ingrid.

Dito e feito. As cortinas abriram, Synyster Gates apareceu e subiu no banco central do palco, arrancando gritos (e suspiros) de todos os presentes. O casal Felipe e Larissa também estava ali, na pista Premium, e os dois não conseguiram conter a emoção quando a apresentação começou: “Quando eles entraram no palco, foi só animação e gritaria”, disse Felipe.

Depois de Gates, foi a vez de Arin aparecer e levar o público à loucura, seguido de Zacky, Johnny e, finalmente, M. Shadows. O show se iniciou com as mesmas músicas da semana passada: “Shepherd of Fire” e “Critical Acclaim”. Mas a repetição não silenciou os fãs, que cantavam mais alto do que da última vez. A casa parecia mais cheia, mesmo com apenas metade dos ingressos vendidos.

Em uma breve conversa com o público, M. Shadows perguntou quem havia ido ao show na semana anterior. “Agora nós vamos tocar uma música que não tocamos na semana passada”, disse ele. E eis que a primeira alteração no setlist apareceu: “Welcome To The Family”.

“Hail To The King”, praticamente o hit da banda, veio logo depois. M. Shadows nem se deu ao trabalho de cantar o primeiro refrão e deu voz aos fãs, que fizeram o local tremer. Surpresa mesmo foi “Chapter Four”, que nunca havia sido tocada em terras brasileiras e levou o público presente ao delírio. Os mosh pits, claro, não faltaram.

Não me lembro exatamente do momento em que aconteceu, talvez, a parte mais engraçada do show para os fãs. Se você tinha dúvidas do boato que está rolando, fique sabendo que, sim, Zacky Vengeance cantou Lepo Lepo. Durante a pausa entre uma música e outra, os outros integrantes começaram a tocar seus respectivos instrumentos na melodia da música, o que levou Shadows a perguntar: “Lepo Lepo?” e Zacky a se aproximar do microfone e fazer o “ah ah ah ah ah Lepo Lepo”. O fato ficou conhecido como “Lepo Lepo Heavy Metal”. Veja como foi:

Brincadeiras a parte, “Buried Alive” manteve a posição de 6º lugar e, como os fãs comentavam na fila, “Fiction” foi a grande atração da noite. O palco estava completamente escuro e uma luz azul focava em M. Shadows, visivelmente muito emocionado em relembrar o lendário The Rev. O refrão, claro, ficou por conta dos fãs, que acenderam isqueiros em homenagem ao falecido baterista. A música acabou e, muito discretamente, o vocalista deixou o palco enxugando as lágrimas. Coisa de segundos; ele estava de volta quando os “sininhos”, como dizem, de “Nightmare” ecoaram pelo local.

“Agora vamos voltar às raízes de City of Evil”, avisou Shadows antes do início de “Burn It Down”, também nunca tocada por aqui, que aprofundou as rodinhas e mexeu com a estrutura do Espaço das Américas. Em seguida, Gates inovou com um solo diferente do que o tocado no dia 12 e recebeu muitos aplausos do público, a quem reverenciou pelo reconhecimento.

O show seguiu com “Afterlife” e voltou a causar surtos nos fãs antigões com “Second Heartbeat”, do álbum Waking The Fallen, que definitivamente não era esperada, e “Bat Country”. Quem ainda não estava com a garganta doendo, ficou durante essas músicas (e quem ainda não tinha tomado um soco dos mosh, tomou). “Foi um show para fãs de verdade”, disse Hugo Alves ao Deathbat Brasil, referindo-se às músicas antigas presentes na setlist. “Eles provaram que é possível fazer um show inesquecível mesmo deixando de lado alguns clichês, as músicas mais famosas. É a banda que acompanharei toda vez que voltar, definitivamente”, contou.

Como fizeram no dia 12 (e creio eu que estão fazendo em todos os lugares), os músicos abandonaram o palco dando tchau. “Para Shadows! Você não me engana mais!”, gritou uma fã que estava do meu lado, fazendo-me rir. Novamente, a voz de M. Shadows dominou o local com a pergunta “vocês querem mais?”, e gritos de fãs com o coro “Sevenfold! Sevenfold! Sevenfold!”, responderam que sim, nós queremos mais. É claro que queremos.

As duas últimas músicas foram as mesmas da semana passada. “Unholy Confessions” é, definitivamente, uma das favoritas. Zacky e Synyster já devem estar cansados de solarem juntos durante essa canção, mas os fãs nunca irão reclamar de ver a dupla infalível esbanjando talento com as guitarras no centro do palco.

“A Little Piece of Heaven” foi alvo de piadinhas. Quando os fãs começaram a pedir “Little Piece! Little Piece! Little Piece!”, Shadows focou o coro em Johnny: “parem de chamar Johnny disso!”, e todos riram. “Eu sei, eu sei, uma música sobre sexo, assassinato e sexo depois do assassinato”, disse ele, revirando os olhos. E assim foi a última parte do show.

Como de costume, palhetas e baquetas foram arremessadas nas pistas Premium e Comum, também no Mezanino. Pela primeira vez na minha vida, consegui levar alguma coisa de um show do Avenged Sevenfold: uma palheta do Johnny Christ. E saí feliz.

Palheta do Johnny Christ (Foto: Ana Falchi)

Avenged Sevenfold, a gente espera vocês ano que vem. E no outro. E no outro. Brasil, especificamente São Paulo, estará sempre de braços abertos – e vocês sabem disso. Afinal, segundo Arin Ilejay, o Brasil está incluso em todas as futuras turnês. Assim esperamos!

Setlist (em comparação com o dia 12/03)

01. Shepherd of Fire
02. Critical Acclaim
03. Welcome To The Family (no lugar de Beast and The Harlot)
04. Hail To The King
05. Chapter Four (no lugar de Doing Time)
06. Buried Alive
07. Fiction (no lugar de Seize The Day)
08. Nightmare
09. Burn it Down (no lugar de Eternal Rest)
Solo de guitarra
10. Afterlife
11. Second Heartbeat (no lugar de This Means War)
12. Bat Country (no lugar de Almost Easy)

Encore
13. Unholy Confessions
14. A Little Piece of Heaven

Entrevistas

Em entrevista para a Folha de S. Paulo, M. Shadows fala sobre tocar novamente no Rock in Rio, game da banda (Hail to the King: Deathbat), novo DVD e comemoração de 10 anos do álbum Waking The Fallen. Confira aqui.

Galeria de fotos

MAIS FOTOS:
Guitar Talks
Yuri Pinheiro
Paola Carmello

Vídeos

(Gravado por Rafael Orágio)

Matérias na mídia:

Whiplash: Resenha – Avenged Sevenfold (Espaço das Américas, São Paulo, 20/03/14)
Rock Noize: Saiba como show o segundo show do Avenged Sevenfold em São Paulo