Synyster Gates dá entrevista ao Ultimate Guitar

Semana passada, Synyster Gates deu uma entrevista ao Ultimate Guitar, falando sobre Arin Ilejay, o próximo álbum da banda, turnês, seu pai, Brian Haner Sr, entre outras coisas. Nessa mesma entrevista, Syn ainda diz que desde que The Rev faleceu, eles tiveram que crescer bastante. A entrevista original pode ser conferida aqui, e a tradução logo abaixo:

UG: Como a dinâmica mudou dentro do Avenged Sevenfold tendo adicionado o novo recruta Arin Ilejay na bateria?
Gates: “Bom, é difícil dizer. Quero dizer, tem muitas coisas diferentes, definitivamente, comparando com a dinâmica que tivemos com Jimmy e a dinâmica que tivemos com Mike Portnoy, então é diferente. Arin também é muito jovem e é mais sobre nós o levarmos debaixo de nossas asas nesse ponto do que era com Jimmy, as coisas eram absolutamente insanas e o cara era louco, muito engraçado e nós éramos todos amigos, então era muito mais tempo louco para o Avenged Sevenfold.
Eu também acho que desde que The Rev faleceu, nós tivemos que crescer bastante e eu acho que Mike nos ajudou a conseguir através do nosso período de luto. Quero dizer, tocar com o Arin é definitivamente uma atmosfera muito mais tranquila do que os momentos que tivemos com Mike Portnoy na época. E não por causa do Mike, mas porque foi muito mais próximo do falecimento do Rev. Mas agora, eu acho que estamos no processo de cura e é uma brisa de ar fresco ter esse garoto muito jovem e talentoso conosco, sendo humilhado por essa experiência e merecedor de todas as coisas que estarão por vir para ele.”

UG: Então, vocês começaram o processo de escrita do próximo álbum?
Gates: Nós não temos nenhum plano por enquanto, nós estamos apenas focados em turnê. Um monte de locais legais abriram e nós estamos muito ansiosos para ver nossos fãs, novos ou antigos, e sair e tocar para todas essas crianças, que não nos viram ou que nos viram há um tempo. E isso que está nos deixando animados por enquanto. Quando nós tentamos e misturamos os dois juntos, as composições e a turnê, como nós fizemos antes, não funcionou. Nós tendemos a ser muito focados no que estamos fazendo. E nós tendemos a ficar um pouco focados em uma faixa. Nós somos muito perfeccionistas, então quando nós estamos colocando em um grande show e nós queremos tocar com a maior competência, nós ensaiamos intensamente. E eu tenho uma guitarra praticamente em minhas mãos por, pelo menos, cinco horas antes de fazer um show. Eu só estou tocando solos e perdendo tempo e trabalhando em algumas músicas aqui e ali.”

UG: Avenged Sevenfold ainda está em turnê atrás do mais recente álbum, Nightmare?
Gates: “Sim, e nós, definitivamente, ainda temos uma tonelada de turnê vindo até o resto do ano. Nós somos muito sortudos pelo mundo ainda ter se aberto para nós e nós continuamos desenvolvendo. Nós continuamos a desenvolver uma fã base mais ampla em todo o globo. E é muito legal estar aberto a ir para locais como Austrália, por exemplo, e atrair um tanto de crianças; é definitivamente um sonho que se tornou realidade para nós.”

UG: Você gosta de todas as turnês?
Gates: “Turnê é a minha parte favorita de fazer toda essa coisa de música. Especialmente por estar apto a ir a diferentes países e experimentar diferentes culturas e tocar para as crianças. É muito mais gratificante estar no palco e ver todas as crianças e todas as ‘porcarias’ que você trabalhou duro, ali no mesmo momento. É o oposto de estar em um estúdio de ‘merda’, pensando em como isso irá afetar as crianças quando estiver pronto. É muito mais legal experimentar o efeito em primeira mão.”

UG: Para essa turnê de agora, o que você está usando de acompanhamento para guitarra?
Gates: “É basicamente meu modelo de Schecter Synyster Gates Signature para todo o show. Essa é a customizada que a Schecter fez para mim. Tem as pickups pela Seymour Duncan, e é muito propício para uma abordagem mais ampla do metal e do rock. É uma guitarra muito versátil. Nós temos tocado com a Schecter desde quando nós começamos a trabalhar com Mudrock (produtor) no ‘Waking The Fallen’. Eu realmente gosto daquelas guitarras e eu tenho tocado com elas antes de ter sido endossado por eles. Eles são uma boa companhia também e quando nós começamos a fazer o acordo de endossamento com eles, eles foram bem rápidos em fazer as guitarras assinadas do jeito que eu quisesse, como eu sempre amei que Dimebag tivesse seu própria marca de guitarras que pareciam como nenhuma outra guitarra. Então eu quis uma coisa minha também. Mas, mesmo certas companhias estejam até fazendo alguma coisa, eles não necessariamente estão fazendo um instrumento de muito boa qualidade. No entanto, esses caras definitivamente não pouparam nenhuma despesa no que eu queria. Eles fazem outras ótimas guitarras para ótimas companhias no mundo. E eles realmente os apoiam durante o processo de fazer o álbum.”

UG: E quando se trata de amplificadores?
Gates: “É basicamente Amp Marshall.”

UG: É um modelo específico em particular?
Gates: “Eu não sei, cara. Tudo que eu sei é uma coisa multi-canal… Eu acho que a única que tem as coisas Midi, e vem com um tanto de coisas diferentes. É de amplo alcance.”

UG: Seria o modelo JVM?
Gates: “É, é esse mesmo.”

UG: Como as partes da guitarra se armam entre você e o Zacky?
Gates: ” Eu acho que depende de quem escreveu. Se eu escrevi algo, então provavelmente eu serei o que vai tocar. Mas normalmente Zacky toca as linhas principais, as melodias, independente de ter sido minha ideia ou dele. Eu geralmente orquestro as harmonias e coisas como essas. Mas eu geralmente toco as partes de harmonias na maior parte do tempo. Então é assim que funciona a armação da banda. Então, quem surge com alguma coisa, nós vamos sempre trabalhar a partir disso.”

UG: Você acha que a sua técnica de guitarra e abordagem tem se mantido consistentes ao longo de sua carreira com o Avenged Sevenfold?
Gates: “Eu não sei, eu apenas tento e sempre tenho minha abordagem nos solos de guitarra, tocando a harmonia do ponto de vista dos escritores da música, onde eu posso sempre tentar fazer um número melódico e animado, número dois. Tem que ser sempre divertido e nunca muito sério. Eu nunca faço em prol da técnica. Eu, particularmente, prefiro ser engraçado durante meu solo do que fazer seu queixo cair. Eu, particularmente, prefiro inspirar diferentes emoções do que, apenas um: ‘oh, esse cara toca rápido!’. Eu, definitivamente, sempre tento me manter nos tempos também e no que as crianças estão fazendo, os pequenos whippersnappers. Eu gosto de ver o que eles sabem que eu não sei. É legal porque você pode ir na internet agora e praticamente todos os mistérios são revelados para você, o que é muito legal. E, definitivamente, vai ser uma inspiração para as crianças, levá-las para o próximo nível.”

UG: Seu pai, Brian Haner Sr, que também é um guitarrista conhecido, contribuiu com a guitarra em algumas faixar de Nightmare. Quanto de influência teve seu pai no seu crescimento para tocar?
Gates: “Ele me influenciou demais. Eu cresci em uma casa que teve muito rock clássico e uma fusão de jazz ao redor. Mas eu sempre tive uma coceira insasiável por técnicas e coisas sobre metal, então, depois, eu fui para a direção da música heavy e me inspirei em bandas como Pantera, Dream Theater e Guns N’ Roses. Minhas influências vai dos Beatles e Led Zeppelin, para as coisas de rock, para The Yellowjackets conforme a fusão de influências ocorre.”

UG:  Algum plano para um álbum solo ou, talvez, ser o solista convidado de alguns álbuns de algumas outras pessoas, como M Shadows fez no solo do Slash?
Gates: “Eu não tenho nenhum plano por agora, como eu disse, nós estamos bem ocupados e sendo absorvidos quando se trata de tarefas nas mãos. Eu queria ser como… Onde eu simplesmente pudesse sair e fazer um milhão de coisas ao mesmo tempo. Mas se eu não estou fazendo coisas para o Avenged, eu tendo a ser preguiçoso e bebo muita cerveja várias vezes durante o dia. Mas, quem sabe? Talvez eu cresça nesse estágio e comece a beber muito café e fazer uma colaboração e escrever alguma coisa impressionante.”
UG: Muitas bandas novas estão tirando ‘uma folha do livro’ do Avenged Sevenfold e copiando alguns elementos. Como você se sente sobre isso?
Gates: “Bom, nós certamente não fomos a primeira banda em que fizeram isso. Tiveram muitos outros antes e terão muitos depois que nós, então, certamente, eu não acho que somos pioneiros em nada. Se tem algo que eu dou crédito para nós foi, talvez, trazer alguns elementos de volta e fazer nossas próprias coisas com isso. Mas é, definitivamente, legal ouvir bandas se focando nas letras e musicalidade esses dias, essas são minhas duas coisas favoritas, nessa ordem. Nós somos uma banda focada em escrever boas músicas, melodias, dinâmicas e canções do que ir à locais. Músicos estão cada vez mais focados em todos os aspectos de música, agora, e depois eles saem e tocam com todo o poder. É uma coisa legal de se ouvir.”
UG: O que você acha de bandas como Black Veil Brides que estão pegando uma coisa glamurosa dos anos 80 e colocando um toque moderno em tudo isso?
Gates: “É, definitivamente, uma coisa legal. A primeira vez que vi os caras, eu não tinha ouvido nada sobre eles antes, e nós estávamos fazendo festivais, e eu estava tipo: ‘oh, wow, isso é muito louco, eu tenho que vê-los puramente baseados no seu look’. Eu estava esperando que fosse um screamy  hardcore ou uma banda popp-ier tentando ser como Mötley Crüe. Mas eles são caras extremamente talentosos e eu amo a imagem e acho que eles são realmente uma boa banda.”
UG: Última pergunta, o ponto de viragem tanto musicalmente, como comercialmente, para o Avenged Sevenfold, veio em 2005 com o City of Evil. Como você olha para trás, para esse álbum, hoje?
Gates: “Nós, basicamente, decidimos que nessa gravação nós iríamos esquecer sobre quaisquer orientações, regras ou regulamentos, e nós iríamos criar qualquer forma ou tipo de música que queríamos, então, basicamente, nós jogamos fora o livro de regras e fomos e escrevemos um álbum que nós ficamos muito, mas muito orgulhosos. Foi um álbum musicalmente aventuroso e nos aventuramos em diferentes tipos de música, música que nós não tínhamos feito antes. E foi muito legal explorar toda essa parte da música.”